No TJ/BA, encontro discutiu desafios regulatórios e tecnológicos do Registro de Imóveis; Operador destacou o tripé ONR, RIB e IRIB e apresentou, em demonstração prática, como o MAPA apoia o cumprimento do Provimento CNJ nº 195/2025.
Na última segunda-feira (15.12), o Operador Nacional do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (ONR) participou do ‘Ariba 2025 – Conexão, Cooperação e Justiça’, realizado no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ/BA), em Salvador. O encontro reuniu registradores, autoridades e entidades do sistema para debater os principais desafios e avanços da atividade registral no Brasil, em uma agenda marcada pela convergência entre governança, regulação e tecnologia.
A abertura do evento foi conduzida pela presidente da Associação de Registradores de Imóveis da Bahia (Ariba), Karoline Sales Monteiro Cabral, com ênfase na integração institucional, na capacitação contínua e no alinhamento entre os registradores como condição para enfrentar, com consistência, o ritmo das mudanças regulatórias e tecnológicas que moldam o setor. Ao longo do dia, a programação também avançou sobre temas como regularização fundiária de interesse social, gestão cartorial, inovação e ações sociais, reforçando o compromisso do Registro de Imóveis com o desenvolvimento, a inclusão e a segurança jurídica.
Nesse contexto, a participação do ONR ganhou peso em dois momentos centrais: o painel que reuniu as entidades nacionais e, na sequência, a apresentação técnica do próprio Operador, com demonstração prática de suas ferramentas. No debate conjunto com o Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB) e o Registro de Imóveis do Brasil (RIB), a mensagem foi de que a modernização só se sustenta quando as frentes institucionais, técnicas e tecnológicas operam em sinergia, com planejamento, coordenação e capacidade de execução.
Ao comentar o conteúdo tratado, o presidente do ONR, Juan Pablo Correa Gossweiler, destacou que a agenda passou pela necessidade de engajamento da categoria e pelo valor do alinhamento institucional construído no estado. “A discussão reforçou a importância de os colegas participarem ativamente desse processo e do papel que a Ariba teve na construção de uma agenda conjunta com o Tribunal”, apontou, ao lembrar que a Bahia viveu uma trajetória própria na estruturação do serviço extrajudicial e que esse histórico dá ainda mais relevância ao trabalho desenvolvido pelos registradores no estado.
O mesmo painel, segundo Gossweiler, também foi o espaço para consolidar a ideia de atuação coordenada entre as entidades nacionais. “Falamos de planejamento estratégico, gestão institucional, integração digital, capacitação e do valor que o Registro de Imóveis entrega à sociedade”, resumiu, ao enquadrar o tripé formado por ONR, IRIB e RIB como um vetor de fortalecimento e modernização do sistema.
A partir daí, o ONR conectou discurso e entrega. No painel do Operador, o presidente explicou que a participação foi além do posicionamento institucional e trouxe demonstração aplicada. “Apresentamos nossos três pilares — integração nacional, desenvolvimento do SREI e aperfeiçoamento das plataformas digitais — e trouxemos a equipe para mostrar, em Workshop, a usabilidade das ferramentas”, disse, fazendo a ponte direta entre estratégia e rotina.
A demonstração técnica foi conduzida por Paula Pimentel, especialista em geoprocessamento do ONR, com foco no MAPA, Sistema de Informação Geográfica do Registro de Imóveis e na aplicação prática do Provimento CNJ nº 195/2025. “Mostramos, na prática, como os registradores podem cumprir o Provimento utilizando a plataforma”, afirmou. Segundo ela, a apresentação percorreu entregas já disponibilizadas em 2025, incluindo recursos para análise de sobreposição, verificação de matrículas e imóveis em áreas de divisa — inclusive em limites de competência registral —, além da conferência de coordenadas geográficas a partir do memorial descritivo.
Na mesma linha, a especialista destacou a evolução de integração com os sistemas utilizados pelas unidades registrais. “A API para envio de arquivos vetoriais amplia a interoperabilidade e pode ser integrada a diferentes soluções”, explicou, ao apontar que o objetivo é facilitar o fluxo de informações georreferenciadas com agilidade e segurança. Ao projetar 2026, antecipou o próximo passo da plataforma. “Estamos evoluindo para extrair memorial descritivo a partir da leitura das matrículas e usar Inteligência Artificial para gerar poligonais, facilitando a inserção de acervos com coordenadas no MAPA do ONR”, esclareceu.
Ao final do encontro, a presidente da Ariba, Karoline Cabral, fez um balanço que ajuda a dimensionar o espírito e a ambição do ‘Ariba 2025’. Ela destacou que o evento reuniu “palestras riquíssimas”, com ampla participação e presença de autoridades, e que a programação percorreu “a prevenção ao crime de lavagem de dinheiro, a partir da atuação positiva dos Registro de Imóveis”, além de apresentar “um projeto social lindíssimo”, o ELLAS, e de receber as entidades nacionais “impulsionando, fomentando o Registro de Imóveis Eletrônico no Estado da Bahia”.
Ao final, a participação do ONR no ‘Ariba 2025’ reforçou a mensagem de que modernizar não é apenas lançar diretrizes, mas dar método, ferramentas e capacidade de implantação. Entre o painel das entidades nacionais e o Workshop das ferramentas digitais, o Operador levou ao TJ/BA uma síntese do que sustenta a agenda do Registro de Imóveis na atualidade — integração institucional, produção técnica e infraestrutura digital — com foco em tornar a evolução regulatória executável, previsível e orientada a um serviço cada vez mais qualificado ao cidadão.
Por Luana Lopes
Assessoria de Comunicação do ONR
